Apesar de avanços
notáveis na investigação, em torno do peso financeiro e do papel relevante na
atividade naval dos Reinos da Península Ibérica, desempenhado por cidadãos da
Península Itálica, com grandíssima concentração na Sereníssima República de
Gênova, continua a existir amplo campo de pesquisa por realizar. Em Portugal
remontando aos Pessagnos, a verdade é que está muito ofuscado o papel que as
famílias Bardi, Spínola, Lomellini, Grimaldi, Doria, Cattaneo, Scotto, Centurione, Accioli, Calvo, Usodimare, Cadamosto, Perestrello e Noli desempenharam na expansão da Península
Ibérica por todos os continentes terrestres. Em muitas situações os
empreendimentos régios teriam sido impossíveis sem o apoio financeiro de muitas
sociedades familiares italianas. Nem foi um caso específico a Península Ibérica
como o papel dos Medicis, em Inglaterra, é um bom exemplo.
Para além do envolvimento financeiro direto em empréstimos, foi muito praticado o surgimento de privilégios comerciais nalgumas mercadorias ou produtos específicos. Muitas famílias fixaram-se, estabeleceram-se e se interligaram com portuguesas vindo a ter relevância nos séculos seguintes em Portugal. A importância da comercialização do açúcar mas, também, a sua produção acompanhada da aquisição de propriedades que envolveram as famílias Lomellini, Accioli, Doria, Calvo, Cattaneo e Spínola, são um bom exemplo desta realidade. É neste contexto que o grande mercador e financeiro genovês, Domenico Scotto, estabeleceu diversas atividades que viriam a ser continuadas e ampliadas pelo seu genro Francesco/Francisco Doria, alvo de análise nesta investigação, pai de Cristóvão Doria de Sousa investigado num post anterior neste Blogue.
Consultar
para desenvolver a reflexão:
RAU,
Virgínia (1968) Uma família de mercadores
italianos em Portugal no século XV: os Lomellini, Estudos de História:
mercadores, mercadorias, pensamento económico. 1º Volume. Lisboa, Editorial
Verbo, 1968.
PETTI
BALBI, Giovanna (1997) Le strategie mercantili di una grande casata
genovese: Francesco Spinola tra Bruges e Malaga: (1420-1456), Università
degli Studi di Genova, Dipartimento di Scienze dell'Antichità e del Medioevo.
IGUAL
LUIS, David y NAVARRO ESPINACH, Germán (2017) Los genoveses en España en el tránsito del siglo XV al XVI. El
presente estudo se integra en el proyecto de investigacion élites locales e
internacionales en áreas de convergência de la Europa mediterrânea medieval:
Valência (1350-1525), com consulta possível na Net (uso didático - Universidad de Valência).
https://www.researchgate.net/publication/28273849_Los_genoveses_en_Espana_en_el_transito_del_siglo_XV_al_XVI/fulltext/0f3199c43829de221647aa23/Los-genoveses-en-Espana-en-el-transito-del-siglo-XV-al-XVI.pdf (10.02.2021)
FONTES,
João Luís Inglês; OLIVEIRA, Luís Filipe Oliveira; TENTE, Catarina; FARELA,
Mário e GOMES MARINS, Miguel Coordenadores (2016) LISBOA MEDIEVAL: GENTES,
ESPAÇOS E PODERES, IEM – Instituto de Estudos Medievais, Lisboa, com consulta
possivel na Net (uso didático UNL -
FCSH). https://run.unl.pt/bitstream/10362/41601/1/Nova_Lisboa_Medieval_RUN.PDF
(10.02.2021)
ADÃO
DA FONSECA, Luís; IRADIEL MURUGARREN, Paulino; IGUAL LUIS, David (2001) Del Mediterráneo al Atlántico. Mercaderes,
productos y empresas italianas entre Valencia y Portugal, Istituto sui
Rapporti Italo-iberici, Cagliar, com consulta possivel na Net (Published with Academia Letters - academia.edu). (25.03.2021),
ADÃO
DA FONSECA, Luís; CADEDDU, Maria Eugenia (2002) Portogallo mediterraneo, Istituto sui Rapporti Italo-iberici,
Cagliari com consulta possivel na Net
(Published with Academia Letters - academia.edu) (25.03.2021)
Contexto Familiar
Francesco /
Francisco (Vivaldi) Dorea (Genova~1450/ Sevilha~1512)
Comandante
Naval; Mercador e Banqueiro Genovês que expandiu a sua actividade
em Lisboa, Cádis /Cádiz e Sevilha. Teve privilégio de Rendas de Portagem no porto de Lisboa. Radicou-se, pelo menos no
final da vida em Sevilha, cidade onde deve ter falecido.
00
Gironima (Lomellini)
Centurione (Scotto) (Genova~1455/Génova~1510), filha de Luigi (Lodisio)
Centurione Scotto (1417/1499), banqueiro que financiou Cristóvão Colombo e de
Isabella (di Oberto) Lomellini (Génova 1435/1499).
Francesco/Francisco
(Vivaldi) Doria era filho de Aleramo Doria II (Genova~1415/Genova~1460),
Consignore di Villa dei Gatti e suas
dependências (Ursarola, Olivastri, Montarosio, Torria, Gazzelli, Chiusanico,
Chiusavecchia, Cesio e Testico),Patrizio
Genovese e de Japopina/Giacobba Vivaldi (1423/1473)
Neto
paterno de Leonello Doria (Génova 1385/Génova 1427), Patrizio Genovese e Consignore e da sua
segunda mulher e prima Eliana di Niccolò d’Accio Doria (Génova
1395/Genova~1425). Bisneto paterno de Aleramo (Aleramo I) e Andreola.
Bisneto materno de Niccolò d’Accio Doria, e de Andreola Doria,
seus bisavôs maternos
Neto
materno de Marchio Vivaldi (1389/1468), Patrizio Genovese e de Caterina Giustinini Campi
(1395/1432). Bisneto paterno de Giorgio Vivaldi (1361/1414) e de Violante
Vivaldi (1365/1410).
Teve
duas irmãs:
Geronima
(Vivaldi) Doria casada com Bartolomeu Doria (s.g.)
Ginevra
(Vivaldi) Doria casada com Stefano Rocca (s.g.)
Nota
(1): Esta questão do nome próprio Aleramo requer uma explicação. Para não
existirem confusões o bisavô paterno de Francesco / Francisco Dorea é designado
por (Aleramo I), o seu pai por Aleramo Doria II e um seu filho
por Aleramo Doria III. O nome Aleramo também aparece escrito como Laramo
ou Loramo, o que mais tarde foi corrompido para Lourenço surgindo, assim, no
Nobiliário de A. Torres que Braancamp data de 1630. A raridade do nome,
reminiscência medieval do clã dos Aleramici.
Nota
(2):
Para
a genealogia de Giacobba Vivaldi
https://ole-munk.dk/webtrees/individual.php?pid=I26078&ged=Mikkel (05.03.2021)
Francesco /Francisco (Vivaldi) Dorea/Doria casou com Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto), filha de Lodisio Centurione Scotto (1417/1499), e de Isabella di Oberto Lomellini, famílias do patriciado genovês com interesses, e nalgum casos já fixadas, em Portugal como ocorria com a linha Doria e Lomellini já estabelecida na Ilha da Madeira (Ramo dos Dorias da Ilha da Madeira). Um facto pouco conhecido é que Francesco/Francisco Doria era primo de Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto) pelo lado da família Doria. A sua mulher era filha de Luigi (Lodisio) Centurione Scotto (1417/1499) e de Isabella di Oberto Lomellini (Génova 1435/1499), neta materna de Oberto Lomellini (1410-1452) e Battina di Taddeo Cattaneo e, nesta geração por via masculina, bisneta de Battista di Napoleone Lomellini (1380/1442) e de Aloisia (Luigia) Doria, nesta geração e por via materna, trisneta de Ludovico “Lodisio” Doria.
Genro
do banqueiro Luigi Centurione Scotto (1417/1499) que, nessa qualidade, tendo ganho
no ano de 1471 o direito de explorar o alume de Tolfa que pertencia ao Papado,
aumentou extraordinariamente os seus rendimentos e capacidade financeira e
comercial, palpável ao se ter tornado num dos principais acionistas do Banco di San Giorgi. Na península
Ibérica e no tocante ao Reino de Portugal, no caso particular da Ilha da
Madeira, a sua presença foi significativa.
No
caso específico da ilha da Madeira, Luigi Centurione Scotto envia, em 1478, um seu
agente, Cristóvão Colombo (1451/1506), com o objetivo de comprar caixas de açúcar (documento de Asseretto datado de
Gênova no ano de 1479). Curiosamente não é conhecida, ou melhor nunca foi
investigada, se este banqueiro contou com a família Doria e Lomellini já
instalada na Madeira e que tem a sua origem em Lodisio/Luigi/Luís Doria
(Genova~1415/Madeira~1470) (Ramo dos Dorias da Ilha da Madeira).
O relacionamento entre as famílias Doria e Centurione eram estreitas no campo comercial e financeiro. No caso de Francesco /Francisco Doria e Gironima Centurione traduziram-se numa aliança familiar que produziu uma descendência vasta visível no Ramo dos Dorias da Bahia, hoje presente em todo o Brasil: “Los Doria tenían una relación estrecha con los Centurione: uno de los dos, Francesco, el hijo de Aleramo casado con Geronima Centurione, hija de Luigi, nombró en su codicilo de 1508 albaceas a Stefano Centurione, para los asuntos de Castilla, y al otro Francesco Doria y a Agostinino Centurione en Génova. No sorprende que Gaspare Centurione en 1510 nombrara a los dos Francesco Doria como encargados de cobrar todos sus créditos en Génova, Nápoles y Sicilia''. Fonte: Catálogo de los Fondos Americanos, vol. VIII, doc. 628.
Nota
(3): Não querendo entrar na polémica sobre a nacionalidade de Cristóvão Colombo
(1451/1506), o interesse desde navegador fundamental na afirmação
Ibero-americana, é que a sua carreira reflete bem a simbiose antiga das
famílias Doria e Centurione Scotto. O navegador foi contratado por Lodisio
Centurione scotto para, no ano de 1478, comprar
açúcar na Madeira. Este acordo preparado por Paolo di Negro falhou, obrigando
Colombo a se explicar, no ano seguinte, pessoalmente junto de Luigi Centurione
Scotto, principal financeiro do Banco di
San Giorgi.
Cristóvão
Colombo muito provavelmente serviu primeiro a família Doria em Itália e depois
a Centurione na Madeira e Lisboa. Após casar com uma portuguesa esteve ao
serviço da Coroa de Portugal e, por último, na imergente Coroa de Espanha. A
família Colombo, contrariando o que se tentou perpetuar como estando ligado ao
ofício de tecelões, aparece como múltiplas referências ligada ao ofício de
marinhagem. É neste contexto, ao serviço dos Dorias, que na infância deve ter
aprendido as artes de navegar no âmbito da atividade de corsário no
Mediterrâneo: “Sin embargo, la iniciación
en el corsarismo fue precedida por el ejercicio de la piratería, asociado en
1462 al peligroso pirata genovés
Vincenzo Colombo, natural de Godano cuya sociedad había sido promovida por la família
Doria de Oneglia, a la que pertenecía el encubridor y cómplice de piratas
Francesco Doria, hijo del Príncipe de Oneglia, el almirante Imperiale Doria,
tío del descubridor, y el famoso bandido genovés Ludovico Doria, primo tercero
de Colón, protegido del conde de Provenza René d’Anjou y nombrado por éste su
banquero, consejero y chambelán”. Fonte: ENSEÑAT DE VILLALONGA, Alfonso (2009)
El genovesismo de Colón corroborado por
los autênticos documentos colombinos, Conferencia pronunciada el 2 de
diciembre de 2009 en el Aula Magna Della Facoltà di Lettere dell’Universitá
degli Studi di Genova, com consulta possível na Net (uso didático - Universitá
degli Studi di Genova).
file:///C:/Users/JPE/Downloads/Dialnet-ElGenovesismoDeColonCorroboradoPorLosAutenticosDoc-4011436%20(1).pdf (18.12.2021).
Numa
fase adulta Cristóvão Colombo foi agente comercial de Luigi Centurione Scotto,
sogro de Francesco /Francisco Doria retratado neste post, na Madeira e em Lisboa como já foi referido. Casou com Filipa
Moniz (1455/1484) que por via paterna tinha origem em famílias italianas fixadas
em Portugal no início da II Dinastia. Filha de Bartolomeu Perestrelo (1394/1457)
e neta paterna de Filippo Pallastrelli, cavaleiro e mercador italiano que justificou
a sua Nobreza em 1399 (Chancelaria de D. João I) e de Catherina Visconti (Catarina
Vicente). A sua mãe Isabel Moniz era neta pelo lado materno de Gil Aires,
escrivão da puridade de D. Nuno Álvares Pereira, e de sua mulher Leonor
Rodrigues. Certamente que foi por via do seu casamento que se integrou dentro
dos conhecimentos náuticos que permitiram, mais tarde, ser o mais brilhante
conhecedor do Oceano Atlântico e lhe possibilitaram chegar e movimentares na
Corte em Lisboa. As suas ligações com a família Centurione Scotto vão-se manter
e permitir empréstimos para as suas viagens às Índias ao serviço dos Reis
Católicos.
A
hipótese de Cristóvão Colombo ter sido um agente de Dom João II tem algumas
debilidades. A família da sua mulher pertencia à casa dos duques de Viseu e de
Beja. Após a conspiração de 1484, dá-se a coincidência de Colombo sair ou de
fugir de Portugal para Castela. Entre 1485 e 1491 negoceia intensamente o seu
projeto na Corte dos Reis Católicos. Em 17 de Abril de 1492, finalmente, estabelece-se
um acordo final com os Reis Católicos denominadas Capitulações. A Coroa
Espanhola está sem recursos financeiros num ano, em que os gastos militares com
a tomada de Granada a 2 de janeiro e a publicação do édito de expulsão dos
judeus a 31 de março, são responsáveis pela sua escassez. Das Capitulações
ficou combinado que aos Reis Católicos ficavam com a titularidade das terras que
fossem descobertas e Colombo, Vice-Rei perpétuo e governador desses
territórios, tornando-se almirante hereditário do Mar Oceano e beneficiário de
10% dos tesouros descobertos e de uma oitava parte dos lucros do tráfico e do
comércio. Os riscos financeiros tinham de ser compartilhados. Ao almirante
coube o pagamento de um oitavo dos custos totais estimado em dois milhões de
maravedíes (250.000 s.) à Coroa o resto. Ambas as partes não tinham estas
verbas necessitando de recorrer a terceiros. Os Reis Católicos recorreram a um
cristão-novo de Valência, Luís de Santángel, que emprestou um milhão de
maravedíes e Colombo teve de recorrer a um conjunto de banqueiros italianos.
Estando
o porto de Cádiz muito sobrecarregado, com a saída de muitos judeus, foi
escolhido o porto piscatório de Palos que estando sobre condenação régia pode
libertar-se de uma pena pecuniária com a expedição, facto que ocorreu no valor
de 360 000 maravedíes: el puerto de
Palos, que acababa de ser objeto de una condena por haber infringido el año
anterior la prohibición de pescar al sur del cabo Bojador que, según el tratado
de Alcaçobas-Toledo de 1479, impedía a los castellanos navegar más allá de esa
línea. Al punto la corona impuso la sanción correspondiente, obligando a la villa
de Palos a poner a disposición de la empresa el flete de dos carabelas, de un
promedio aproximado de 60 toneladas cada una –a razón de 3.000 maravedíes por
tonelada–, lo que suponía un coste total para los palermos de 360.000
maravedíes”. Sociedad Geográfica Española https://sge.org/publicaciones/numero-de-boletin/boletin-48/la-expedicion-de-cristobal-colon/
(08.01.2022). Colon não se opôs a esta escolha dado o porto se encontrar nas
proximidades do Mosteiro da Arábida onde desde a sua chegada a Espanha, foi
local seu conhecido e próximo dos monges aí residentes.
Fontes
variadas:
FELLONI
Giuseppe (1989) Inventario dell'archivio
del Banco di San Giorgio (1407-1805).Para uma pesquisa aprofundada da
família Centurione Scotto.
D’ARIENZO,
Luisa (2010) La presenza Italiana in
Spagna al tempo di Colombo. Roma: Istituto poligrafico e Zecca dello Stato,
Libreria dello Stato, Roma, Stampa.
Leitura
fundamental para se perceber o peso nas rotas de metais preciosos dos
CENTURIONES/CENTURIÓNS
ENSEÑAT
DE VILLALONGA, Alfonso, La Noble,
Acaudalada y Poderosa Familia Genovesa Enovesa Centurione Cantelli y su Largo
Asentamiento e España (1375-1492)
file:///C:/Users/JPE/Downloads/Dialnet-LaNobleAcaudaladaYPoderosaFamiliaGenovesaCenturion-3767561.pdf
(10.04.2021)
FERRERO,
Giovanni I CENTURIONE SCOTTO, “Signori del Gorreto in Val Trebbia”
http://www.valdaveto.net/pdf/I_Centurione_Scotto.pdf
(26.02.2021)
BELLO
LEÓN, Juan Manuel Mercaderes extranjeros en Sevilla en tempos de los reyes católicos
https://core.ac.uk/download/pdf/51385926.pdf
(10.04.2021)
Francesco/Francisco Doria e Cristóvão Colombo
Francesco
/Francisco Doria não consta entre os banqueiros italianos que ajudaram Colón a
pagar a parte que lhe cabia no empreendimento, nem tão pouco o seu sogro, Luigi
Centurione Scotto (1417/1499), que ainda era vivo. Nesta 1ª expedição aparece o
florentino Juanoto Berardi (Florencia 1457/Sevilla, 15 de diciembre de 1495)
com um papel preponderante. Este mercador e financeiro é dado como sendo
financiado em Florença pela família Medicis: “Cuando Colón regresó a Castilla de su primer viaje, entró rápidamente
en contacto con Berardi. El almirante, en vez de valerse de los genoveses, sus
compatriotas, hizo los encargos de mayor importancia a los florentinos, dejando
en casa de Juanoto tres de los nueve desdichados indios que había traído del
Nuevo Mundo: solo seis lo acompañaron a Barcelona, donde solicitó y obtuvo de
los reyes el permiso para organizar una segunda expedición de considerable
amplitude”. Na 2ª expedição
composta por 17 caravelas, saída de Cadiz a 25 de setembro de 1493, Colón
voltou a individar-se junto do banqueiro Juanoto Berardi. Colón,
financeiramente, estava nas mãos deste banqueiro: “La llegada a Sevilla en marzo de 1494 de la flota comandada por Antonio
de Torres, portador de un extenso memorial de Colón a los reyes solicitando las
ayudas necesarias para la normalización de la vida en la nueva colonia, además
de un buen número de relaciones y peticiones de particulares, obligó a Berardi
a dirigirse a la corte. Allí, en Medina del Campo, se ocupó del despacho de las
cuatro carabelas que en octubre devolverían a Torres a las Indias con el
auxilio solicitado. Permaneció el florentino junto a los reyes ultimando los
preparativos hasta el 16 de julio, fecha en la que regresó a Sevilla, como
representante de Colón, para hacer las cuentas con un oficial de los contadores
reales”. Sociedad Geográfica Española https://sge.org/publicaciones/numero-de-boletin/boletin-48/la-expedicion-de-cristobal-colon/
(08.01.2022).
A
3ª expedição, que termina em abril de 1495, ocorre nesta lógica em que o
mercador e financeiro Berardi mantém um papel fundamental nos financiamentos. É
natural que começasse a aperceber-se que os gastos nestas expedições, os
investimentos na Espanhiola, as explorações costeiras num continente que se
porsupunha ser a Índia, estavam longe de ser compensados de forma imediata: “ Juanoto, conocedor de la situación en el
Nuevo Mundo, pergeñó un plan para abastecer la colonia que elevó en un memorial
a la reina. En él se planteaban por primera vez los problemas acuciantes de la
colonia y la forma de solucionarlos. Proponía el florentino un monopolio para
ser él quien suministrase el flete de todas las naves que se dirigieran al
Nuevo Mundo, asegurando que bajaría en mil maravedíes por tonelada el flete
propuesto por cada competidor. Sociedad Geográfica Española https://sge.org/publicaciones/numero-de-boletin/boletin-48/la-expedicion-de-cristobal-colon/
(08.01.2022). Deve-se a este financeiro florentino o estabelecimento na
Andaluzia de Amerigo Vespucci.
Inesperadamente
Juanoto Berardi morre em Sevilha a 15 de dezembro de 1495. Colombo regressa da
sua 2ª viagem em junho de 1496 e, a partir daí passa a recorrer a outros
mercadores e financeiros para os seus empreendimentos navais. É pois, a partir
de 1495, que Luigi Centurione Scotto (1417/1499) e o seu genro Francesco/Francisco
Doria entram a suportar as viagens de Cristóvão Colombo. Com a morte, em 1499,
de Luigi Centurione Scotto, Francesco/Francisco Doria passa a personificar uma
figura mais proeminente como credor e valizador de Cristóvão Colombo. Por estas
razões o envolvimento financeiro de Francesco/Francisco Doria só deve ter
ocorrido de forma expressiva na 3ª viagem (1498/1500) e na 4ª (1502/1504). Em
todas conheceu imensas vicissitudes, em que o apoio da Rainha Isabel Católica
foi fundamental para as ultrapassar. Com o seu falecimento em 1504 os apoios da
Corte cessaram. A penúria financeira, o abandono a que se viu votado e a falta
de saúde levam a que dois anos depois, em 1506, num convento franciscano de
Valladolid venha a encontrar a morte.
Nos
últimos, e quando se sentia como estando a terminar a sua vida, a preocupação
de pagar empréstimos a Francesco/Francisco Doria são assumidas em diversa
correspondência. No ano de 1504 e com o seu filho Diego Colon existe esta
elucidativa carta: 29 de Diciembre de 1504.En
el sobre dice: A mi muy caro fijo D. Diego Colon. - En la Corte.“Muy caro fijo:
Con D. Fernando te escribí largo, el cual partió para allá, hoy son veinte y
tres días, con el Sr. Adelantado y con Carvajal, de los cuales non he después
sabido nada. Después hoy son diez y seis días te escribí con Zamora el correo y
te envié una carta de fee para esos mercadores que diesen los dineros que les
pidiésedes, con fee de Francisco de Ribarol; y después con otro correo, habrá
ocho días, con otra fee de Francisco
Doria. Estas van dirigidas á Pantaleón y Agostín Italián para que te las
den, y con ellas va un traslado de una carta que escribo al Santo Padre de las
cosas de las Indias, porque non se queje más de mí. Este traslado envío para
que lo vea su Alteza, ó el Sr Obispo de Palencia para evitar terstimonios
falsos”. Relaciones Y Cartas de Cristóbal Colón, Biblioteca Clasica Tomo
CLXIV, (1892) Libreria de la Viuda Hernando, Madrid, P. 404. No próprio
Testamento e Codicilio de Cristóvão Colombo, de 19 Mayo 1506, são dadas
indicações para que se saldassem dividas a Francesco/Francisco Doria: “emorial que dejó a su hijo Don Diego al
emprender el Cuarto viaje - «Micer Francisco de Rivarol, Micer Francisco Doria y Micer Francisco
Cataño y Micer Gaspar Espíndola, me emprestaron para suplir el ochavode las
mercancías que fueron a las Indias, y más 118,000 maravedís en dinero que se
gastaron en Sevilla, y 50,000 en Jerez y 25,000 en Granada; detodo tienen mi
cédula y escritura pública. Yo he mandado a Carvajal que los pague a todos.
Procura que sea así....»”. DURO
FERNANDEZ, Cesareo Nebulosa De Colon:
Segun Observaciones Hechas En Ambos Mundos (1890), Ed. Paperback, 2010,
p.28.
Possível
de consulta na NET através da Universidade de Princeton, New Jersey, EUA.
Fonte:https://books.google.pt/books?id=zqA-AAAAYAAJ&pg=PA401&dq=francisco+doria+e++colon&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwiI9-X0sIT1AhVQgc4BHSiBC3MQ6AF6BAgLEAI#v=onepage&q=francisco%20doria&f=false
(27.12.2021)
Entre as muitas fontes que sustentam Francesco/Francisco Doria a financiar Cristóvão Colombo existe uma, bastante curiosa e com o objetivo de desmascarar um outro genovês, escrita no século XVI. Escrito desaparecido, só reapareceu na segunda metade do século XX, sendo reeditado com anotações: “en los instantes em que Colón trataba de convencer a los Reyes Católicos de la viavilidad de su proyecto, pero, com certeza, senãla los nombres de los banqueros genoveses Francesco Rivarolo (francisco de Riberol), Francesco Doria, Casyagno y Gaspare Spínola, como los que proporcionaron al Almirante la octava parte del presupuesto de gastos del cuarto viaje”. PAZ-SÁNCHEZ, Manuel (2006) Riberol Bernardino - Libro Contra La Ambición y Codicia desrordenada de Aqueste tiempo: LLamado Alabanza de la pobreza (1556), ed anotada por Taller de Historia P.16. Obra que se sustenta, também, numa surgida na década de 70 do século XX: TAVIANI, Paolo Emilio (1977) Cristóbal Colón.Génesis del gran descubrimiento, Barcelona, vol.,230/231.
Refira-se
que os herdeiros de Cristóvão Colombo devem ter cumprido com os pagamentos em
dívida a Francesco/Francisco Doria, após a sua morte em 28 de maio de 1506 em
Valladolid. Só assim se entende que o seu filho Diogo Colón, 2º almirante de las India / Almirante de la
Mar Océana continuasse a contrair empréstimos. Consegue-se comprovar que em
1508 e 1509 decorreram pagamentos e empréstimos (ver Documentos 12; 15 e 16 na integra no ponto seguinte
intitulado Permanência em Sevilha e falecimento:
Lunes,
6 de marzo de 1508. APS, XV, 1508-1°
[=AHPS, 9.106], f. 551. FDEO, 28, N. 7, f. 69:“Don Diego Colón, tio del
señor don Diego Colón, almirante mayor de las Indias del mar Océano, y Juan
Antón Colombo, criado del dicho señor almirante, estantes en Sevilla (…) que les ha prestado para pagar una cédula
de cambio del dicho señor don Diego Colón, almirante de las Indias a Francisco y Francisco Doria, mercaderes
genoveses estantes en Sevilla; a pagar dentro de dos meses cumplidos”. Martes,
24 de abril de 1509. APS, XV,
1509-1° [=AHPS, 9.108], ff. 470v-471. FDEO, 29, N. 1, f. 137. “Juan Antonio Colombo, criados del señor
almirante de las Indias, otorga a Francisco
y Francisco Doria y Esteban Centurione, mercaderes genoveses (…) Por
ende, se obliga que, si por menos se vendiere el dicho jabón, que lo que así
por menos se vendiere lo dará y pagará en las dichas Indias a los dichos Francisco y Francisco Doria y Esteban
Centurione, desde el día que se vendieren los dichos jabones hasta ocho días
después; van los maravedíes a riesgo de los dichos Francisco y Francisco Doria y Esteban Centurione, por 50.000 mrs.cada
uno, de ida y venida”. Miércoles, 22 de agosto de 1509. APS, XV, 1509-2° [=AHPS, 9.109], f. 75. FDEO, 29, N. 2, f.
10. “(…) en nombre y en voz de Francisco y Francisco Doria, sus
compañeros, y por virtud del poder que de ellos tiene, (…) otorga que lo
sustituye y da a Jerónimo de Grimaldo, mercader genovés estante en el puerto de
Santo Domingo de la isla Española, especialmente para cobrar de Juan Antonio
Colombo, criado del señor almirante de las Indias, todos los pesos de oro,
mercaderías y otras cosas que deba al otorgante y sus dichos compañeros en las
Indias; y para pleitos en razón de esta cobranza”.
Permanência em Sevilha e falecimento
A
fixação de Francesco/Francisco Doria em Sevilha deve ter ocorrido de forma
tardia. A sua passagem por Arzila, Lisboa e provavelmente Faro e Tavira podem
ter ocorrido em contextos pontuais e repetidos, mas não com residência fixa
permanente. Foi neste âmbito que deve ter tido algum relacionamento com uma
mulher portuguesa de quem descende o Ramo dos Dorias do Reino dos Algarves.
A sua mulher, Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto), não consta que o tenha
acompanhado fora de Itália. Deve ter sido na fase final da sua vida, a partir
de 1499, que se estabeleceu de forma mais permanente, mas com intermitências,
em Sevilha e aí morrendo nunca antes de 1511. A sua presença em Sevilha tem uma
explicação se atendermos serem antigas as relações económicas e políticas com
Génova onde diversos Centuriones, Cantanetos, Lomellinis e Dorias tiveram
estabelecimentos comerciais e criaram residências. É possível encontra-los a
desempenhar papéis representativos da Sereníssima República de Gênova. A presença
consular genovesa, muito ativa em Sevilha, contou com alguns Dorias. Foi o caso
de Rufo Doria (1489) e de Benito Doria (1515), já depois da sua morte.
Relativamente aos Centurione Scotto, por via do seu sogro, o mesmo se passava.
Fontes:
PIKE, Ruth (2011) The Genoese in Seville and the Opening of
the New World
https://www.cambridge.org/core/journals/journal-of-economic-history/article/abs/genoese-in-seville-and-the-opening-of-the-new-world/9E2AADBCB4F367A780872EB19F11C398 (14.05.2021)
GONZÁLEZ
ARCE, josé damián (2010) El consulado
genovés de sevilla (siglos XIII-xv). Aspectos jurisdiccionales, comerciales y
fiscales
file:///C:/Users/JPE/Downloads/7667-Texto%20del%20art%C3%ADculo-31564-1-10-20120302.pdf
(14.05.2021)
ACOSTA
RODRÍGUEZ, Antonio; GONZÁLEZ RODRÍGUEZ, Adolfo; VILA VILAR, Enriqueta
(Coodinadores) (2003) La Casa de la
Contratación y la navegación entre España y las India, Universidad de
Sevilla. (28.09.2021)
https://books.google.pt/books?id=6uKD1di85zcC&pg=PA227&dq=francisco+doria+e++colon&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwitxLW114T1AhWG2hQKHYRADzMQ6AF6BAgDEAI#v=onepage&q=francisco%20doria%20e%20%20colon&f=false
(28.09.2021)
Seguir
o percurso de Francesco/Francisco Doria, em Sevilha, está muito facilitado com
a possibilidade de comodamente, de forma online,
estar ao dispor de todos a seguinte obra monumental, magnifico exemplo de
trabalho conjunto de diversas instituições (Comité
Editorial: Leopoldo Benavides Navarro - UNIVERSIDAD DE VALPARAÍSO; Francesco
D’Esposito - UNIVERSITÀ DEGLI STUDI ‘G. D’ANNUNZIO’; Albert Ferrer Orts - UNIVERSITAT
DE VALÈNCIA; Antonio Gutiérrez Escudero - ESCUELA DE ESTUDIOS
HISPANOAMERICANOS/CSIC;Sergio Sardone - UNIVERSITÀ DEGLI STUDI DI BARI ‘ALDO MORO’;
Enriqueta Vila Vilar - REAL ACADEMIA DE LA HISTORIA).
Fonte:
LACUEVA
MUÑOZ, Jaime (2016) Comerciantes de
Sevilla, Regesto de documentos notariales del Fondo Enrique Otte, Instituto
de Historia y Ciencias Sociales, Universidad de Valparaíso, IV Volumes.
https://historia.uv.cl/attachments/article/11/LACUEVA_Comerciantes_vol1.pdf
(1441-1500)
https://historia.uv.cl/attachments/article/11/LACUEVA_Comerciantes_vol2.pdf (1501-1507)
https://historia.uv.cl/attachments/article/11/LACUEVA_Comerciantes_vol3.pdf (1508-1509)
https://historia.uv.cl/attachments/article/11/LACUEVA_Comerciantes_vol4.pdf
(1510-1511)
Usando este fundo documental, é possível fixar a presença de Francesco/Francisco Doria em toda a primeira década do século XVI em Sevilha. Mas o seu estudo requer um cuidado prévio que muito me intrigou durante tempo, dado existirem dois Franciscos Dorias, nesse período, a viverem em Sevilha. Em próxima nota será tentado explicar esta questão.
Nota (4): A documentação que permite seguir o rasto de Francesco/Francisco Doria, nesta investigação, na capital da Andaluzia refere-se muitas vezes à existência simultânea de dois Franciscos Doria muitas vezes mencionados “Francisco y Francisco Doria”. A explicação penso ser a seguinte e será referida na descendência de Francesco /Francisco Doria. Uma sua neta Geronima (Centurione Scotto Cattaneo), filha do seu Aleramo (III) (Centurione Scotto) Dorea e Benedetta/Benedettina Cattaneo, casou com um primo Doria chamado Francesco Doria, filho de Andrea Doria e Maria Vivaldi e neto paterno de Bartolommeo Doria e Pometta di Negro. É por essa razão que em muitos documentos aparece Francisco Doria e um outro Francisco Doria envolvidos, simultaneamente, em atividades comerciais em Sevilha. Se fossem utilizados os apelidos maternos não se geravam confusões. Seria, respetivamente, Francesco /Francisco (Vivaldi) Doria e Francesco /Francisco (Cattaneo Centurione Scotto) Doria. Os próprios documentos, quando querem precisar, referem-se ao mais velho como filho de Aleramo, o Aleramo Doria II, e ao mais novo casado com a sua neta Geronima (Centurione Scotto Cattaneo) Doria Francesco como filho de Andrea, Andrea Doria.
Apoiado
nesta preciosa informação irei apresentar, respaldado nalguns exemplos, como
entre 1499 e 1511 é possível comprovar a presença de Francesco/Francisco Doria
na cidade de Sevilha. Apesar de durante os anos de 1502 e 1503 não se encontram
registos da sua presença, o que pode indiciar que não esteve nesta cidade. A saúde
de Francesco/Francisco Doria deve-se ter deteriorado na segunda metade da
primeira década do século XVI. É muito curioso este documento que prova das
dificuldades de locomoção e de obesidade que teria em 1506 e do desejo de
apoiado num farmacêutico e médico se resguardar de algumas obrigações (Documento
1): Martes, 3 de
febrero de 1506. APS, XV, 1506-1°
[=AHPS, 9.103], f. 157v. FDEO, 28, N. 4, f. 5. “A las tres horas después de mediodía, estando en las casas de la
morada del doctor Juan de Ojeda, doctor en medicina, ante el alcalde ordinario
Pedro de Morillo, en presencia de Comerciantes de Sevilla, vol. II (1501-1507)
319 Bernal González Vallecillo, pareció
Francisco Doria, mercader genovés estante en Sevilla, hijo que dijo que es de
micer Alarame [Aleramo], que es muy grave, por cuya causa, y por ser
hombre de muchas carnes y tener muchas cosas que tratar y negociar, él no puede
andar a caballo, y si lo continuase recibiría mucho daño y detrimento en su
salud; por ende, dijo que pedía al alcalde recibiese juramento del doctor
Juan de Ojeda, y de Jorge Reinaldo, genovés, boticario, estante en esta dicha
ciudad, que presentes estaban, y les tome sus dichos acerca de lo susodicho,
mandándoselo dar por testimonio en guarda de su derecho. Ambos declararon
tener Doria dicha enfermedad hace dos meses”.
A
sua insegurança, em termos de saúde, deve ter determinado que em 1508 realizasse
um testamento que tem importância esclarecedora em diversos campos. Ficamos a
saber que além de estar vivo, contrariando o que é dito ou sugerido em sites de genealogia que apontam o seu
falecimento em 1502, qual é a sua descendência feminina legitima alvo de protecção constituída por duas
filhas e a sua mulher que estaria viva nesse ano de 1508 (Documento
2): Martes, 9 de mayo
de 1508. APS, XV, 1508-2° [=AHPS, 9.107], ff. 151-152v. FDEO, 28, N. 8, ff.
18-19. “Codicilo de Francisco Doria, mercader genovés, marido de Geromina Doria,
hija de micer Luis Centurione, que Dios haya, vecino de la ciudad de
Génova, estante en Sevilla estando sano del cuerpo, ratificando y aprobando el
testamento que hizo de su letra y mano, y firmado de ciertos testigos dejó en
manos de la dicha su mujer. Que si falleciere en Sevilla su cuerpo sea
enterrado en el monasterio de San Pablo de la orden de Santo Domingo de esta
ciudad. Manda que se den a Margaritina y a Cateta, sus hijas legítimas, y de
la dicha su mujer, a cada una mil libras de la moneda de Génova, demás y
allende de lo que les tiene mandado por su testamento; y que se les dé al
tiempo que hayan de casar y con las condiciones que les tiene hechas las otras
mandas. Y manda que Esteban Centurione, mercader genovés estante en Sevilla,
hijo de micer Tremo, sea su albacea para que en las cosas de esta dicha ciudad
y de este reino de Castilla. Y manda al dicho Esteban Centurione que pueda
tratar y trate todos los dineros que con él tiene a compañía, según que hoy día
lo hace hasta tanto que sus albaceas de Génova y la dicha Jerónima, su mujer,
le escriban lo que ha de hacer. Y ruega al dicho Esteban Centurione que las
cosas de Génova no se hacen bien, que el dicho Esteban Centurione trate los
dichos dineros del otorgante en compañía de la manera que ahora los trata, y
por el tiempo que dura su compañía. Y manda que el dicho Esteban Centurione
tome todos los libros o saque los balances de ellos, así de los que son
escritos por Francisco Doria, hijo de micer Andrés, como por el otorgante y que
los envíe a Génova a la dicha su mujer. Y manda que el dicho Esteban Centurione
que envíe todos los libros a Génova al dicho Francisco Doria y a Agustín
Centurione, sus albaceas. Y si falleciere en estos reinos de Castilla, fuera de
Sevilla, que su cuerpo sea traído a enterrar al dicho monasterio de San Pablo.
Y quiere que la facultad de albacenazgo del dicho Esteban Centurione valga así
para estos reinos de Castilla como para otras cualesquier partes para que pueda
ponen en cobros toda su hacienda”.
Nos
primeiros três anos em que deve ter estado de forma mais ou menos permanente em
Sevilha (1499 e 1501), desempenhou a sua atividade mercantil e financeira de
forma mais independente, mas sempre em ligação estreita quer com a sua família
Doria quer com a da sua mulher Centurione (Scotto):
(Documento 3) Jueves, 31 de octubre
de 1499. APS, V, 1499 [=AHPS, 3.218], f. 19v. FDEO,
27, N. 2, f. 57. “Otorga Leonor
Fernández, mujer de Juan de Morales, marinero, vecina de Sevilla en la
collación de San Vicente, en nombre y en voz del dicho su marido, que ha
recibido de Bernaldo Pinello, mercader genovés estante en Sevilla, 35 ducados
de oro y justo peso, los cuales son que
Francisco Doria, mercader genovés estante en Sevilla, debía y era obligado
a dar al dicho su marido, y el dicho Bernardo Pinello se los da y paga en
nombre del dicho Francisco Doria por
virtud de una cédula de cambio del dicho Francisco Doria que el dicho Bernardo
Pinello tiene en su poder”.
(Documento
4) Jueves 16 de
julio de 1500. APS, IV, 1500-2° [=AHPS, 2.158], f. 80. FDEO, 26, N.
13, f. 214. “En
este día, a hora de misas, estando dentro de la iglesia de Santa María, estando
y presente el tesorero Ruy López de Toledo, y otrosí Pedro de Mayorga, en
nombre de Francisco Doria, y
Sebastián Doria, su compañero, y por virtud del poder que de ellos tiene, y en
presencia, etc. Luego, el dicho Pedro de Mayorga, en el dicho nombre, presentó
y notificó al dicho tesorero Ruy López una carta de cesión, y poder y traspaso,
signado de escribano público, el tenor de la cual es este que se sigue [no
está]. Y así presentada, en los dichos nombres pidió y requirió al dicho
tesorero Ruy López que no diese y pagase los 400 quintales de aceite contenidos
en el dicho escrito, salvo a los dichos Francisco Doria y Sebastián Doria, o a
cualquier de ellos, y a quien su poder 534 Comerciantes de Sevilla, vol. I
(1441-1500) hubiere; y que si así lo hiciere haría bien [...] y pidió
testimonio. Y el dicho tesorero luego en respondiendo dijo que pedía traslado,
y responderia”.
(Documento
5) Martes, 19 de enero de 1501. APS, XV, 1501 [=AHPS, 9.101], f. 79v. FDEO,
28, N. 2, f. 8. “Debe Alfonso Lorenzo,
librero, vecino de Sevilla en la collación de Santa María, a Francisco Doria, mercader genovés
estante en Sevilla, 4.800 mrs., de cierto papel que le compró; y se obliga a pagarle
en Sevilla en ducados castellanos: la mitad dentro de seis meses, y la otra
mitad en los seis luego siguientes”.
(Documento
6) Lunes, 8 de
noviembre de 1501. APS, XV, 1501 [=AHPS, 9.101], f. 689v. FDEO,
28, N. 2, f. 103. Deben Juan de León,
platero, y Andrés de la Lanza, monedero, vecinos de Sevilla en la collación de
Santa María, y Cristóbal García, monedero, vecino de Sevilla en la collación de
San Andrés, y Francisco Doria,
sastre, vecino de Sevilla en la collación de Santa María, y Juan de Cuenca,
sastre, vecino de Sevilla en la collación de Santa María Magdalena, y Diego de
San Juan, monedero, vecino de Sevilla en la collación de Santa María, a Manuel
Segura, escribano del rey nuestro señor, vecino de Sevilla en la collación de
Santa María, que está presente, 3.240 mrs., de cierto vino que le compraron, y
se obligan a pagarle en Sevilla dentro de cinco meses.
Existe
uma ausência de provas de permanência de Francesco/Francisco Doria durante dois
anos (1502 e 1503). Não é mencionado nos fundos notariais aqui investigados. A
partir de 1504 quase sempre surge em simultâneo com outro Francisco Doria. Penso
ser plausível que tendo regressado a Sevilha em 1504, a sua idade e estado de
saúde explica que fosse acompanhado por um familiar mais novo que o ajudasse, ambientando-se
para uma continuação de negócio familiar. Penso tratar-se do marido da sua neta
Geronima (Centurione Scotto Cattaneo) Doria, Francisco Doria,
filho de Andrea Doria e Maria Vivaldi e neto paterno de Bartolommeo Doria e
Pometta di Negro. Para os distinguir é interessante que existe algumas vezes a
seguinte citação “a Francisco Doria, hijo de micer Andrea Doria, que Dios haya;
y a Francisco Doria, hijo de
micer Alarame, que Dios haya, mercaderes genoveses”.
(Documento
7) Viernes, 31 de mayo de 1504. APS, VII, 1504 [=AHPS, 4.886], f. 252v. FDEO,
27, N. 8, f. 34. “Debe Luis de Palma,
vecino de la villa de Utrera, a Francisco
y Francisco Doria, su compañero, mercaderes genoveses estantes en Sevilla,
que está presente Francisco Doria el
mayor, 50 quintales de cueros vacunos de carnicería al pelo, buenos y
enjutos, y bien salados, y bien sazonados, sacudidos y pesados a la usanza de
Cádiz, en que no haya mortecino, ni pelado, ni garrochado, y que no haya más en
cada cien cueros de 3 cueros de toros, por maravedíes que tiene recibidos; a
entregar en la villa de Utrera, despachados de alcabala, en 20 de agosto de
este año”.
Miércoles,
23 de octubre de 1504. APS, XV, 1504
[=AHPS, 9.102], ff. 551v-552. FDEO, 28, N. 3, f. 23. Juan Tenorio, vecino y
escribano público de la isla de Gran Canaria, otorga que debe a Francisco Doria,
mercader genovés estante en Sevilla, 10.000 mrs., de cierta mercadería
comprada; y se obliga a pagarle en la villa de Gran Canaria dentro de seis
meses cumplidos.
Lunes,
23 de febrero de 1506, APS, VII,
1506 [=AHPS, 8.887], f. 159v. FDEO, 27, N. 8, f. 15. Gonzalo de Segura,
trapero, vecino de Sevilla en la collación de Santa Cruz, otorga que debe a Francisco
y Francisco Doria, mercader genovés estante en Sevilla, cuarenta y
cuatro mil maravedíes, por razón de una pieza de carmesí raso que de él ha
recibido comprada, en la que hubo cuarenta varas a precio cada una vara de mil
cien maravedíes; a pagar en Sevilla dentro de un año cumplido.
(Documento
7)
Lunes,
27 de abril de 1506. APS, XV, 1506-1° [=AHPS, 9.103], f. 828v. FDEO,
28, N. 4, f. 29. “Francisco Doria, mercader genovés estante en Sevilla, hijo de micer
Andrea que Dios haya, otorga poder a Francisco
Doria, mercader genovés estante en Sevilla, hijo de micer Alarame, que Dios
haya, especialmente para cobrar en general; y para que le pueda obligar a cualesquier
personas en cualesquier contía o contías; y para toda clase de pleitos”.
(Documento 8)
Viernes,
17 de abril de 1506. APS, VII, 1506
[=AHPS, 8.887], ff. 320-320v. FDEO, 27, N. 8, f. 40. En Sevilla, viernes 17 de abril de 1506, a hora de misas de tercia, en
la escribanía de Fernán Ruiz de Porras, Pedro Miguel, mercader valenciano
estante en Sevilla, presentó a Francisco
Doria el menor, mercader genovés estante en Sevilla, la siguiente letra de
cambio: “En el nombre de Dios. 1506 años al primero de abril en Valencia.
Pagaréis por estra primera de cambio vista la cédula en cuatro días a Pedro
Miguel ciento y sesenta castellanos de oro y de peso, o su valor, digo 160
cambiados a Sebastián de Peralta a precio igual, poniéndolos por Simón
Lomellini de Lisboa. Dios os guarde. Vuestros Andrea Polo, Gabriel, y Juan
Batista de Grimaldo. Y en las espaldas decía: A los nobles señores Francisco y Francisco Doria en Sevilla.
Primera. A los diez de abril aceptada a pagar sobre el protesto por honra de
los de Valencia”. Francisco Doria
dijo no tener aviso de Valencia ni de Lomellini de Lisboa, y que la pagaba como
la tenía aceptada sobre el protesto”.
(Documento 9)
Viernes,
11 de septiembre de 1506. APS, 1506-2° [=AHPS, 9.104], f. 571v. FDEO, 28, N. 5,
f. 28. “Pedro Barsos,
vizcaíno, vecino de Deusto, que es cerca de la villa de Bilbao, maestre de la
nao que ha nombre San Pedro, ahora surta en el puerto de Barrameda, otorga a Francisco Doria, mercader genovés
estante en Sevilla, hijo de micer Alarame, difunto, presente por sí y en nombre
de Francisco Doria, su compañero,
que le afleta su nao para que pueda cargar en ella 155 sacas llenas de lana; y
le dará la nao presta para cargar en dicho puerto de Barrameda mañana sábado a
mediodía, y que allí este esperando hasta que sean llegados los barcos en que
van cargadas las dichas lanas al dicho puerto de Barrameda, y hasta ser
cargadas las dichas lanas en la dicha nao; y recibida la carga, con el primer buen
tiempo parta a hacer su descarga al puerto de la ciudad de Génova, y llegado
que de la dicha carga en dos días; y ha de haber de flete, por cada una de las
dichas sacas, 136 mrs., de a 375 maravedíes por ducado de oro, y los ha de
cobrar en Génova en los dichos dos días”.
(Documento
10)
Sábado,
4 de septiembre de 1507. APS, XV, 1507 [=AHPS, 9.105], ff. 444-444v. FDEO,
28, N. 6, f. 26. “Jacomo de Rivarolo,
mercader genovés estante en Sevilla, y Juan Antón Colombo, estante en Sevilla,
otorgan que deben a Gregorio de Spinola, y a Luis y Andrea Doria, mercaderes
genoveses estantes en la ciudad de Cádiz, 150.000 mrs., por 150 quintales de aceite
de oliva que recibieron comprados de Francisco
y Francisco Doria, mercaderes genoveses estantes en Sevilla, y por estos
los han de haber los arriba dichos; a pagar en Sevilla la mitad dentro de
cuatro meses cumplidos, y la otra mitad a otros cuatro meses luego siguientes”.
No
final de 1507, ambos os Franciscos Doria, devem ter alargado a responsabilidade
comercial e financeita a um parente mas pelo lado da familía Centurione, Esteban
Centurione, que passa a ser mencionado em paralelo na documentação logo em
janeiro de 1508. Oficialmente, no entanto essa permissão é datada de maio de
1508 (ver final do documento 18): “ (…) Contiene además un testimonio del
poder de Francisco y Francisco Doria a
Esteban Centurione, de fecha 5 de mayo de 1508, en fianza que hacen Esteban
Centurione y Gaspar Centurione a Batista Centurione con obligación de sacarlo a
paz y a salvo de la dicha compañía, no estando este documento de fianza
completo]. 1106. Martes, 8 de abril de 1511. APS, XV, 1511-1°
[=AHPS, 9.112].
(Documento 11)
Martes,
11 de enero de 1508. APS, XV,
1509-1° [=AHPS, 9.108], f. 984. FDEO, 29, N. 1, f. 128. “Gonzalo Bolant, vecino de la ciudad de Baeza, estante al presente en
Sevilla, otorga que debe a Francisco y
Francisco Doria, y a Esteban Centurione, mercaderes genoveses estantes en
Sevilla, presentes, 54.240 mrs., por 90 quintales y cuatro arrobas de aceite de
olivas que le restaba debiendo a Juan de Baeza y Lope de Molina, traperos,
difuntos, por recaudo público que pasó ante Bernal González de Vallecillo en el
mes de febrero de 1506 años, de los cuales aceites el otorgante se da por
contento y pagado a voluntad. A pagar en Sevilla dentro de seis meses. [Hay
nota de cancelación en XIII de febrero de 1509]”.
O documento seguinte confirma que os Herdeiros de Cristóvão Colombo, falecido em 1506, no ano de 1508 continuavam a ter relações comerciais e financeiras com a sociedade pertencente a Francesco/Francisco Doria aqui pesquisado.
(Documento 12)
Lunes,
6 de marzo de 1508. APS, XV, 1508-1°
[=AHPS, 9.106], f. 551. FDEO, 28, N. 7, f. 69: “Don Diego Colón, tio del señor don Diego Colón, almirante mayor de las
Indias del mar Océano, y Juan Antón Colombo, criado del dicho señor almirante,
estantes en Sevilla otorgan que deben a Jerónimo Salvago, mercader genovés
estante en Sevilla, 231.948 mrs., que les ha prestado para pagar una cédula de
cambio del dicho señor don Diego Colón, almirante de las Indias a Francisco y
Francisco Doria, mercaderes genoveses estantes en Sevilla; a pagar dentro de
dos meses cumplidos”.
(Documento
13)
Viernes,
5 de mayo de 1508. APS, XV, 1508-2° [=AHPS, 9.107], f. 124. FDEO, 28, N.
8, f. 15. “Francisco Doria, mercader
genovés, hijo de micer Alarame [Aleramo] Doria, difunto, estante en
Sevilla, por sí y en nombre y voz de Francisco
Doria, mercader genovés, su compañero, hijo de micer Andrea Doria,
difunto, por virtud del poder que de él tiene que pasó ante Bernal González de
Valecillo, en 27 de abril de 1506, otorga poder a Esteban Centurione,
mercader genovés, compañero de ambos, estante en Sevilla, para que por el
otorgante y en nombre del dicho Francisco Doria, su compañero, pueda escribir y
girar ambos nombres con el suyo, de mancomún y a voz de uno, según y como se
acostumbra de hacer en compañía de mercaderes diciendo Francisco y Francisco
Doria y Esteban Centurione compañeros, y les pueda obligar en cualesquier
contratos y albalaes y cédulas de cambios, de pagar en cualesquier contías de
maravedíes y otras cosas; y asimismo para cobrar en general y para pleitos, con
facultad de sustitución”.
(Documento
14)
Jueves,
1 de febrero de 1509. APS, XV, 1509-1° [=AHPS, 9.108], f. 127v. FDEO,
29, N. 1, f. 21. “Esteban Centurione,
mercader genovés estante en Sevilla, por sí y en nombre y en voz de Francisco y Francisco Doria, sus
compañeros, de los que tiene poder ante este escribano en 5 de mayo de 1508,
otorga carta de finiquito a Antón y Gonzalo de Segura, traperos, vecinos de
Sevilla en la collación de Santa Cruz, presente, Gonzalo de Segura, hasta fin
de diciembre de 1508, excepto 226.000 mrs., que a los tres debe por contrato
ante Juan Ruiz de Porras”.
Os
dois documentos seguintes são mais um acrescento que confirma que os Herdeiros
de Cristóvão Colombo, falecido em 1506, no ano de 1509 continuavam a ter
relações financeiras estreitas com a sociedade comercial e financeira
pertencente a Francesco/Francisco Doria.
(Documento
15)
Martes,
24 de abril de 1509. APS, XV,
1509-1° [=AHPS, 9.108], ff. 470v-471. FDEO, 29, N. 1, f. 137. “Juan Antonio Colombo, criados del señor
almirante de las Indias, otorga a Francisco
y Francisco Doria y Esteban Centurione, mercaderes genoveses estantes
en Sevilla, presente el dicho Esteban Centurione, que por cuanto al otorgante y
Jacome de Rivarolo les deben 143.000 mrs., de resto de un contrato público de
contía de 150.000 mrs., el cual dicho contrato suena a Gregorio Spinola y
Andrea Doria; y más les debe el otorgante 13.000 mrs., que ahora el dicho
Esteban Centurione le ha prestado. Y ahora el otorgante tiene en dos naos, la
una de Fernando Franco, que es ya partida para las Indias, y la otra de Juan de
Jerez, que parte para las Indias, 115 quintales de jabón, que cargó Bernaldo de
Grimaldo a nombre del dicho Bernardo de Grimaldo para consignar en las Indias a
Jacome de Grimaldo, para que en el procedido de ellas acuda a los dichos y
Esteban Centurione para en cuenta de la dicha deuda. Por ende, se obliga que,
si por menos se vendiere el dicho jabón, que lo que así por menos se vendiere
lo dará y pagará en las dichas Indias a los dichos Francisco y Francisco Doria y Esteban Centurione, desde el día que
se vendieren los dichos jabones hasta ocho días después; van los maravedíes a
riesgo de los dichos Francisco y Francisco Doria y Esteban Centurione, por
50.000 mrs. cada uno, de ida y venida”.
(Documento 16)
Miércoles,
22 de agosto de 1509. APS, XV,
1509-2° [=AHPS, 9.109], f. 75. FDEO, 29, N. 2, f. 10. “Esteban Centurione, mercader genovés estante en Sevilla, por sí y en
nombre y en voz de Francisco y Francisco
Doria, sus compañeros, y por virtud del poder que de ellos tiene, que
pasó ante Bernal González de Vallecillo en cinco de mayo de 1508, otorga que lo
sustituye y da a Jerónimo de Grimaldo, mercader genovés estante en el puerto de
Santo Domingo de la isla Española, especialmente para cobrar de Juan Antonio
Colombo, criado del señor almirante de las Indias, todos los pesos de oro,
mercaderías y otras cosas que deba al otorgante y sus dichos compañeros en las
Indias; y para pleitos en razón de esta cobranza”.
(Documento 17)
Jueves,
14 de marzo de 1510. APS, XV,
1510-1° [=AHPS, 9.110], f. 314v. FDEO, 29, N. 3, f. 31. “Esteban Centurione, mercader genovés estante en Sevilla, en
nombre de Francisco y Francisco Doria,
mercaderes genoveses, sus compañeros, por virtud del poder que de ellos tiene,
que pasó ante Bernal González Vallecillo, en 5 de mayo de 1508 años, otorga que
lo sustituye y da a Francisco Doria,
mercader genovés estante en la ciudad de Cádiz, para Comerciantes de Sevilla,
vol. IV (1510-1511) 37 que en los dichos nombres pueda cobrar de Rafael
Sanguineti y de Lucián Grillo, mercaderes genoveses, todos los maravedíes,
ducados y otras cosas que les deben”.
(Documento
18)
Martes,
30 de julio de 1510. APS, XV, 1510-1° [=AHPS, 9.110], f. 922. FDEO, 29, N.
3, f. 111. “Gaspar
Centurione, mercader genovés estante en Sevilla, hijo de micer Termo
Centurione, otorga poder a Francisco
Doria, hijo de micer Andrea Doria, que Dios haya; y a Francisco Doria, hijo de micer Alarame,
que Dios haya, mercaderes genoveses, vecinos de la ciudad de Génova,
especialmente para cobrar de todas y cualesquier personas todos los maravedíes,
doblas y ducados, y libras de moneda de Génova, y otras cosas cualesquier que
le deban en la ciudad de Génova, y en el reino de Nápoles, y en el reino de
Sicilia, en cualquier manera; y que lo pueda recibir en sí; y para pleitos en
razón de esta cobranza”.
(Documento
19)
Lunes,
7 de abril de 1511. APS, XV, 1511-1°
[=AHPS, 9.112], ff. 785-786, 788- 790v 785. FDEO, 30, N. 1, ff. 108-109. In Dei
nomine, amén. Este es traslado bien y fielmente sacado de una escritura escrita
en pergamino, y en letra latina, signada y suscrita por notario público, el
tenor de la cual, sacado e interpretado de latín en romance, dice en esta
guisa: “En el nombre del Señor, amén. Sabiendo los nobles Francisco Doria de Andrés, y Francisco
Doria, qd. de Alarama, tener compañía en Sevilla por término establecido
entre ellos, la cual hasta ahora fue gobernada por el dicho Esteban debajo
del nombre de Francisco y Francisco Doria, y de Esteban Centurione, en el
cual lugar de Sevilla aún está presente Julián Calvo, al cual verdadera parte
de la cosa pertenece del cuerpo de la dicha compañía en participación del dicho
Esteban según se dice; de donde es que quedantes siempre rectas las cosas
convenidas entre los dichos Francisco y Francisco Doria de la una, y de la otra
Esteban Centurione, con toda vía, derecho, modo y forma que mejor y más
valederamente pudieron, y pueden, hicieron y constituyeron, y solemnemente
ordenaron sus ciertos mensajeros y procuradores, y en su lugar pusieron, y
ponen cuanto por las cosas pertenecientes por la dicha razón a los nobles
Julián Calvo y Esteban Centurione, ausentes así como presentes, in solidum por todo
el año de 1511 primero venidero, especialmente para expender el nombre de los
dicho Francisco y Francisco Doria, y
compañeros, los cuales compañeros se entiendan ser los dichos Julián Calvo y
Esteban Centurione, por el dicho tiempo, so los modos y formas, y cláusulas
contenidos en la procura hecha en Sevilla, por los dichos Francisco y Francisco al dicho Esteban Centurione quieren
que se entiendan en la presente procura por expresas, como si de palabra a
palabra fuesen puestas; Ytem, para pedir, exigir y cobrar todas y cualesquier
cosas pertenecientes a la dicha razón en todas las cosas, según de suso, y por
las dichas cosas, y ocasión de las dichas cosas, un instrumento y muchos hacer.
Asimismo para sustituir en las dichas cosas uno y muchos procuradores, y para
pleitos el sustituto o sustitutos revocar, y de nuevo sustituir; dando y
concediendo a los dichos sus procuradores, y a cualquier que sustituyere, en
todas las dichas cosas, y cada una de ellas, y en las dependientes, según de
suso, ancho, libre poder y valía, con ancha y libre administración,
prometientes, y solemnemente concernientes, a mí, el notario de yuso escrito de
oficio público estipulante y recibiente, en nombre y en voz de todos y
cualesquier, de cuyo interés hace, o haga, o podría hacer, en cualquier manera
de aquí adelante, ellos perpetuamente haber rato, grato y valedero y firme
cualquier cosa que por los dichos sus procuradores, y cualquier que
sustituyeren, fuere actuada, hecha, tratada, o en cualquier manera procurada,
en todas las dichas cosas y cada una de ellas, y en las dependientes, según de
suso, so hipoteca y obligación de los bienes de los dichos constituyentes,
presentes y futuros. Fecho en Génova, conviene a saber, debajo del portal de
la casa que es de Nicolás Llomelin [Lomelón], que es del señor, en la cual
tienen banco los nobles hijos herederos que de Lázaro Doria, en el año de 1510,
jueves 10 días de octubre, a hora XIIII cuarta, en la indición 13, según el
cuento de Génova, presentes por testigos, Pedro de Bargalio, q. de Jorge y
Tomás. Yo, Francisco de Levanto, q. de Juan, por autoridad imperial público
notario, a todas las dichas cosas presente fui, y de las dichas cosas el
presente público instrumento rogado escribí, testifiqué y publiqué, y en esta
pública forma con mano propia escribí y subscribí, puestos mi signo y nombre
acostumbrados en testimonio de las dichas Comerciantes de Sevilla, vol. IV
(1510-1511) 271 cosas”. Y en las espaldas de la dicha escritura pública estaban
escritas unas letras certificatorias selladas con un sello impreso en cera
verde, y subscritas por notario, según por las dichas letras parecía, el tenor
de las cuales sacadas de latín en romance, dicen en esta guisa: “Domingo de
Vallerati, por la gracia de Dios y de la sede apostólica obispo Atatafis,
vicario arzobispal de Génova […] legaliza […] Dadas en Génova, en el año de
1510. Baltasar de Coronado, público notario por las autoridades apostólica e
imperial, y escribano de la corte arzobispal de Génova”. Este traslado fue
concertado con la dicha escritura […] en Sevilla, a 7 de abril de 1511;
testigos que fueron presentes, Diego de Madrid y Fernando de Buitrago, clérigos
de Sevilla, notarios apostólicos, para lo susodicho llamados y especialmente
rogados. [Está el signo y rúbrica de García Fernández, clérigo de Sevilla, por
la autoridad apostólica público notario, que interpretó este traslado.
Contiene además un testimonio del poder de Francisco
y Francisco Doria a Esteban Centurione, de fecha 5 de mayo de 1508, en
fianza que hacen Esteban Centurione y Gaspar Centurione a Batista Centurione
con obligación de sacarlo a paz y a salvo de la dicha compañía, no estando este
documento de fianza completo]. 1106. Martes, 8 de abril de 1511. APS, XV,
1511-1° [=AHPS, 9.112].
(Documento
20)
Martes,
20 de mayo de 1511. APS, XV, 1511-1° [=AHPS, 9.112], f. 562. FDEO, 30, N.
1, f. 65. Esteban
Centurione, mercader genovés estante en Sevilla, en nombre y en voz de Francisco y Francisco Doria, sus
compañeros, por virtud del poder y ratificación del dicho poder que de ellos
tiene,
lo otorga a Franco Doria, mercader genovés estante en la ciudad de Cádiz, especialmente
para que en lugar del otorgante y en nombre de los dichos Francisco y Francisco Doria pueda cobrar de Lucas de Franchi
Luxardo, mercader genovés estante en la dicha ciudad de Cádiz cien mil
maravedíes, que debe a los dichos Francisco y Francisco Doria por virtud de un
recaudo público de deudo que contra él tienen; y que los pueda recibir en sí, y
para pleitos en razón de la dicha cobranza.
(Documento
21)
Miércoles, 9 de julio de 1511. APS, XV, 1511-2° [=AHPS, 9.113], f. 34. FDEO, 30, N. 2, f. 4. “Martín Centurione, como antes, otorga a Esteban Centurione, mercader genovés estante en Sevilla, presente, que por cuanto, en 14 de mayo de 1509, el otorgante, por sí y en nombre de Benito Pinello, su suegro, que a la sazón era su compañero, hubo escrito y cometido a Gaspar Centurione, su hermano, que acudiese al dicho Esteban Centurione con los maravedíes que el dicho Gaspar Centurione, su hermano, hubiese de pagar al dicho Benito Pinello y al otorgante, así por virtud de la sentencia que el dicho Esteban Centurione hubiese dado y diese entre el otorgante y Benito Pinello de una parte, y el dicho Gaspar Centurione de la otra, como juez árbitro entre ellos; y el dicho Gaspar Centurione le aceptó de pagar tres cuentos de maravedíes, por virtud de dicha carta, en que el dicho Gaspar Centurione fue por Esteban Centurione condenado que pagase a Benito Pinello y Martín Centurione. Por ende, el otorgante ratifica y aprueba la dicha cesión, por cuanto Esteban Centurione, y Francisco y Francisco Doria los han de haber por ciertas deudas que el otorgante y su suegro les debían; y les cede la acción y derecho que sobre ellos tenga”.
Seguindo toda esta documentação é possível constatar que Francesco/Francisco Doria é mencionado até 1511. A partir daí não se lhe encontram referência. É natural que entre 1511 e 1515 tenha falecido. Os genoveses em Sevilha tinham na Igreja de Santa Maria Maior, no mosteiro de São Francisco e no mosteiro de São Paulo da ordem de S. Domingos os locais preferenciais de enterramento. Na Igreja as famílias mais proeminentes podiam ter capelas próprias, no Mosteiro de Santa Maria Maior existia uma capela para a comunidade genovesa. Num testamento, datado de 1501, de um genovês residente em Sevilha e de apelido Cattaneo, família próxima de Francesco/Francisco Doria que era sogro de de uma Cattaneo (o seu filho Aleramo (III) (Centurione Scotto) Dorea casou com Benedetta/Benedettina Cattaneo), é possível encontrar estes locais como os usados pela comunidade genovesa residente em Sevilha e aí falecida: (Documento 21) Sábado, 18 de septiembre de 1501. APS, XV, 1501 [=AHPS, 9.101], ff. 589-591. FDEO, 28, N. 2, ff. 82-84. “Testamento de Marco Cattaneo, mercader genovés, hijo de micer Gabriel de Nyan Cattaneo, que Dios haya, estante en Sevilla, estando sano y en salud. Manda que si falleciere en esta ciudad, o su arzobispado, o en el obispado de Cádiz, que entierren su cuerpo dentro en la iglesia de Santa María la Mayor de esta ciudad, en la capilla de los Cattaneo, porque así le tienen prometido entierro en la dicha capilla Francisco Cattaneo y doña Mayor Ponce de León, su mujer; y si los señores deán y Cabildo de la dicha Santa Iglesia no consintieren que su cuerpo sea enterrado en la dicha capilla, manda que entierren su cuerpo en el monasterio de San Francisco de esta dicha ciudad, en la capilla de los genoveses, que ende tienen, enfrente del altar de señor San Jorge; y manda que sobre su sepultura se ponga una losa blanca, impreso en ella su cuerpo; y manda que se haga una bóveda para que sea enterrado en cualquiera de los lugares sobredichos; y manda que en la dicha losa sea escrito su nombre, y el nombre del dicho su padre, y de Gentile Cattaneo, su madre, y el día de su fallecimiento, y antes de todas letras que se ponga un renglón que diga: Omo memento mori et non errabis. Y manda a la obra de San Isidro de esta dicha ciudad, donde ahora él es parroquiano, por reverencia de los Santos Sacramentos, un ducado de oro [...]”.
O
vínculo italiano manteve-se em Francesco /Francisco Doria forte, atestado no
facto de o seu filho varão e legítimo (Centurione Scotto) Dorea (Aleramo III
como muitas vezes é designado), seu herdeiro universal, tenha mantido a
atividade mercantil e financeira sediada em Génova e não em Sevilha, casando
com uma italiana, Benedetta/Benedettina Cattaneo, proveniente de uma família
proeminente e detentora de uma fortuna apreciável, aumentada com o património
do seu primeiro marido. Mas isto é já falar da descendência de Francesco
/Francisco Doria que merece um outro detalhe.
A descendência de Francesco /Francisco Doria
Como
se tentou demonstrar, as famílias Centurione Scotto e Doria possuíam uma teia
de contactos e interesses comerciais recíprocos que, no caso de Francesco Doria,
foi determinante na sua afirmação financeira e comercial, tornando-se num
banqueiro e num mercador ocupando um lugar e papel de grande preponderância
europeia. Viria a ver continuado esse lugar no seu filho Aleramo (III) (Centurione
Scotto) Dorea (Aleramo III), tido com
a sua mulher Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto). Deste banqueiro, por
linha que se afigura bastarda, surgiu o Ramo
dos Dorias da Bahia, Brasil.
Aleramo (III) (Centurione Scotto) Dorea era meio irmão de Cristóvão Doria de Sousa, filho bastardo de Francesco Doria, alvo do post anterior e que está na origem de todos os que provêm do Ramo dos Dorias do Algarve. Contrariamente ao que por vezes é afirmado e sugerido, estes dois ramos próximos têm um parentesco real, mas mais longínquo, com o Ramo dos Dorias da Ilha da Madeira, o primeiro a se estabelecer em Portugal. É necessário recuar algumas gerações para encontrar um tronco comum.
1. Francesco
/ Francisco (Vivaldi) Dorea (Genova~1450/ Sevilha~1512)
00
Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto) (Genova~1455/Génova~1510),
2.1 Aleramo
(III) (Centurione Scotto) Dorea (Genova~1475/~1570)
00 Benedetta/Benedettina Cattaneo (que
segue)
2.2 Catteta
Doria (s.m.n.)
2.3 Margarida
Doria 00 Pietro di Ludovico Spínola
2.4 Nicoló
Doria (s.m.n.)
Nota (5): em 1508, quando Francesco/Francisco Doria elabora um testamento em Sevilha (consultar na integra o Documento 2 anteriormente aprsentado), só estariam vivas estas duas filhas legitimas, Catteta e Margarida: Martes, 9 de mayo de 1508. APS, XV, 1508-2° [=AHPS, 9.107], ff. 151-152v. FDEO, 28, N. 8, ff. 18-19. “Codicilo de Francisco Doria, mercader genovés, marido de Geromina Doria, hija de micer Luis Centurione, que Dios haya, vecino de la ciudad de Génova, estante en Sevilla estando sano del cuerpo, ratificando y aprobando el testamento que hizo de su letra y mano, y firmado de ciertos testigos dejó en manos de la dicha su mujer. Que si falleciere en Sevilla su cuerpo sea enterrado en el monasterio de San Pablo de la orden de Santo Domingo de esta ciudad. Manda que se den a Margaritina y a Cateta, sus hijas legítimas, y de la dicha su mujer, a cada una mil libras de la moneda de Génova (…)”.
Para
além destes filhos, que Francesco / Francisco (Vivaldi) Doria deve ter tido com
Gironima (Lomellini) Centurione (Scotto), de forma bastarda devem ter existido
mais outros.
Linha ou linhas bastardas de Francesco / Francisco Dorea (Genova~1455/ Sevilha 1502)
Como
se disse Francesco/Francisco Doria faleceu em Sevilha entre 1511 e 1515,
passando bastante tempo longe da sua mulher, que não consta que o tenha
acompanhado fora da Ligúria italiana. É muito difícil com segurança dizer-se
quem foi a mãe ou as mães dos seus filhos bastardos. O facto de se terem fixado
no Algarve adensa a possibilidade de ser ou serem algarvias. Existe uma curiosa
suposição apresentada por Miguel de Sousa em que essa, ou uma delas, pertencesse
à família SOUSA MOMTARROYO/ SOUSA MONTARROIO que surgiu em Tavira do casamento
de Afonso Monroy, filho legitimado de
D. Alfonso de Monroy, Mestre da Ordem de Alcântara que no Reinado de Henrique
II de Castela. Refugiado em Portugal com 300.000 rs de tença anual, com Joana de Sousa filha de Filipa de Sousa
e de Pedro Vaz de Siqueira, sobrinha paterna de Fernão Vaz de Siqueira do
Morgadio da Palma e neta paterna de Fernão Falcão de Sousa, bisneta paterna de
João Falcão, Alcaide-mor de Mourão casado com Branca de Sousa filha legitimada
do Mestre da Ordem de Cristo, D. Lopo Dias de Sousa. A sustentar esta tese
deve-se ponderar a evidência que Cristóvão Doria de Sousa, teve sempre a
preocupação de usar o apelido Sousa como requisito de se aportuguesar e
inserir-se na sociedade portuguesa.
Fonte:
https://geneall.net/pt/forum/80592/figueiredo-mascarenhas-de-faro/#a429207
(14.05.2021)
(Ramo dos Dorias do Reino dos Algarves)
2.5 Cristóvão Doria de Sousa (Chistouam dOria)
(Faro ~1500/Faro~1570)
00
D. Constança (Freire de Andrade) (Telo) de Menezes (Faro~1500/Faro ????)
(de quem descende o autor deste post através da sua filha Briolanja (Telo de Menezes Dorea de Sousa) (~1520) 00 (~1540) Gaspar (Correia de Melo) de Figueiredo Mascarenhas e que foi estudado e apresentado, anteriormente, neste blog.
Briolanja (Telo de Menezes Doria de Sousa)
(~1520) 00 (~1540) Gaspar
(Correia de Melo) de Figueiredo
Mascarenhas (~1520)
Inês de
Figueiredo Mascarenhas
1533) 00 Francisco da Costa
Pimentel
Inês Martins
(Figueiredo Mascarenhas Costa Pimentel) 00 Pedro
Afonso Pires (Romeiro) (c.g.)
(Algarvios desgarrados)
(??) Muito provavelmente irmão da anterior Briolanja
Estêvão Doria, da
Fuzeta, na altura freg. de Moncarapacho (~1523); CF (documentado em 1572),
Militar, provavelmente com funções de vigilância e defesa da costa na Linha defensiva das Atalaias de Alfanxia, Torre
de Marim, Torre de Quatrim, Torre da Amoreira, Torres de Bias e Atalaia do
Torrejão 00 (1557) Leonor Viera Carvalhal (Quelfes; F S
sebastião/Quelfes????)
Fonte:http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=24203
(07.02.2021)
?? Pedro Afonso 00 Maria Afonso
?? Briolanja Vieira II 00 (01.08.1605) Pedro Álvares de Barros (descendência em Vieira e Barros)
(??) Muito provavelmente, pelas datas, irmãos ou meios irmãos de ( 2.7) Cristóvão Dória de Sousa
(??) 2.6
Lodisio/Luís Dória “homem que vive de sua
fazenda'' em Albufeira (documenta-se num perdão em Albufeira em 1529;
chanc. Dom João III);)
(??) 2.7 Baltassare/Baltazar Dorea (Procurador de número em Loulé em 1522, representante régio no Concelho com a função de manter um alistamento militar, (Chanc. de D. João III, próprios. Cart. de Procurador do número de Loulé. Liv. 51, fls 37)
??
Rui Martins de Carvalhal
??
Briolanja Vieira II (nome em homenagem da tia irmã ??) 00 (01.081605) Pedro
Álvares de Barros, da Luz de Tavira.
goog_1866579796??
Manuel Dória, capitão (~1553) - No ladrilho da Igreja, entre
várias sepulturas, encontra-se a do Capitão Manuel Dória, que foi padrinho de um
casamento realizado no templo em 1593 (GUERREIRO, 1988, p.75)
Fonte:http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70938 (28.01.2020)
(Ramo Doria Italiano)
2.1 Aleramo
(III) (Centurione Scotto) Dorea (Génova 1475/~1570)
00
(1568)
Benedetta/Benedettina
Cattaneo filha de Alessandro Cattaneo. Benedettina tinha estado casada primeiro
com Nicolò de Marini.
Mercador e Banqueiro muito abastado. Foi financiador no Reinado de Dom João
III (1521/1557) e como mercador com interesses no porto da cidade de Lisboa; Militar, em 1568 ainda é referido como
um dos capitães do exército de
Stefano Doria, príncipe de Oneglia, seu parente. Atestado como Comandante de uma nau militar genovesa
em Lisboa (1570).
Benedetta Cattaneo, mulher de Aleramo Dorea (Aleramo III), foi casada anteriormente com Nicolò de Marini com quem teve uma filha, Bianca de Marini que casou com Francesco IV Clavesana, uma das famílias mais proeminentes no patriciado genovês, e de quem teve 11 netos. Quando faleceu este seu 1º marido, viúva, teve a preocupação de deixar toda a sua herança vinculada deste casamento na família CLAVESANA, beneficiando esta filha e os seus netos, o que veio a excluir os descendentes DORIA do seu segundo marido Aleramo Doria que tentou, em retaliação, com uma ação contra a família CLAVESANA: “Bianca era figlia di Nicolò de Marini e di Benedettina Cattaneo, la quale alla sua morte lasciò tutta la sua ingente eredità ai nipoti Clavesana, escludendo i discendenti del secondo marito Aleramo Doria, i quali intentarono una causa contro i Clavesana”: Ibidem, nn. 72/84, 81/27; cfr. anche tav. III, p. 63. É muito interessante esta preocupação que vai ter peso judicial em transações de bens, de forma a não saírem do controlo da família CLAVESANA. Mesmo depois de Benedettina Cattaneo estar vúva de Aleramo Dorea: «Venda (…) à família Clavesana e a Benedettina Cattaneo (sogra de Francesco IV Clavesana),viúva de Aleramo Doria – “Vendita (…) alla famiglia Clavesana e a Benedettina Cattaneo (suocera di Francesco IV Clavesana),vedova di Aleramo Doria”, p. 90 (…)“Vendita di censi da parte della comunità di Rezzo alla famiglia Clavesana e a Benedettina Cattaneo (suocera di Francesco IV Clavesana),vedova di Aleramo Doria”. - Venda de censos pela comunidade de Rezzo à família Clavesana e a Benedettina Cattaneo (sogra de Francesco IV Clavesana),viúva de Aleramo Doria.
Fontes
primárias: BOLOGNA, Marco Gli Archivi Pallavicini
di Genova, Atti Della Società Ligure di Storia Patria, Genova, MCMXCV. (uso
didático)
https://www.storiapatriagenova.it/Docs/Biblioteca_Digitale/SB/396b22c37e8bbc6c44c30828fc127900/0cb026a4590fa8edfe92da2a965c2ad8.pdf
pp 63, 137. (20.03.2020)
ENSEÑAT
DE VILLALONGA, Alfonso La Noble,
Acaudalada y Poderosa Familia Genovesa Centurione CantelliANTELLI y su Y Largo
Asentamiento en España (1375-1492)
file:///C:/Users/JPE/Downloads/Dialnet-LaNobleAcaudaladaYPoderosaFamiliaGenovesaCenturion-3767561.pdf
(14.03.2021)
Nota
(6) - Tavole genealogiche: Clavesana e Benedettina Cattaneo de Marini Doria pp
144 a 148 (20.03.2020)
Benedetta
Cattaneo 1º 00 Nicolò de
Marini (1 filha)
Bianca (Cattaneo) de Marini 00 Francesco
IV Clavesana (11 filhos)
Nota
(7) – Para maior aprofundamento da família Clavesana:
Repertorio
di fonti sul patriziato genovese - famiglia: Clavesana (dei marchesi di) - Patrizio
genovese, signore di Rezzo,
http://www.archivi.beniculturali.it/archivi_old/sage/testi/clavesana.pdf
(20.05.2021)
Benedetta
Cattaneo 2º 00 Aleramo Doria
III (2 filhas)
Isabella (Centurione Scotto Cattaneo) Doria
1º 00 Oberto Gentile ) 2º 00 Bartolomeu Doria
Gironima (Centurione Scotto Cattaneo) Doria (~1510) 00 (primo) Francesco Dória filho de Andrea Doria e Maria Vivaldi e neto paterno de Bartolommeo Doria e Pometta di Negro
Vimos como Benedettina Cattaneo preocupou-se com a possibilidade dos seus bens próprios, provenientes do seu 1º marido, ficassem na descendência da sua filha comum, Bianca Marini casada com Francesco IV Clavesana, e não recaíssem em filhos que viesse a ter com o seu 2º marido ou fossem, apenas, dele. Com este último teve duas filhas, Isabella (Centurione Scotto Cattaneo) Doria que casou duas vezes, primeiro com Oberto Gentile e a segunda com Bartolomeu Doria e Gerónima (Centurione Scotto Cattaneo) Doria casada com Francisco Doria. Toda a outra descendência de Aleramo (III) (Centurione Scotto) Dorea que existiu deve ser bastarda e ocorreu, como já se tinha passado com seu pai, com relacionamentos tidos em contexto português. Aleramo (III) foi um banqueiro relevante no Reinado de Dom João III (1521/1557) e como mercador com interesses no porto da cidade de Lisboa, recebendo deste Monarca e no ano do seu falecimento o que seriam os seus proveitos sobre as rendas portuárias a que tinha direito: “em 1557 recebe de Dom João III um padrão de juros de 80$000 Rs sobre as rendas da alfândega de Lisboa”. O professor e genealogista brasileiro Francisco Antônio de Moraes Accioli Doria seu descendente calculou, em 2001, que esses 80$000 Rs anuais seriam equivalentes entre 500 000 e 1 000 000 de dólares norte-americanos. Existe um documento, que consiste numa 1ª página de uma letra de câmbio, datado de 1556, sacada contra a coroa portuguesa, que atesta como o banqueiro Aleramo III financiava as explorações marítimas portuguesas:
Fonte
(geni):
https://www.geni.com/photo/view/6000000002957250070?album_type=photos_of_me&photo_id=6000000034239029597
(17.05.2020)
É
neste contexto de bastardia que se deve realizar uma reflexão em torno de
Clemenza Doria, sendo de muito fraca sustentação a possibilidade de ser filha
de Benedettina Cattaneo como em tantas genealogias foi hábito aparecer. Só por
grande crueldade materna é que Clemenza Doria iria ser, como sucedeu,
depositada numa instituição em Lisboa, especializada em recolher órfãs ou
bastardas, provenientes das classes mais abastadas ou de servidores relevantes
da Coroa e que tinha como Patrono a Casa Real e a Rainha, em particular, a se
interessar e velar pela sua educação e preparação com o fim de serem
reintroduzidas na sociedade em idade adulta sem perderem em demasia estatuto e
prerrogativas sociais.
Linha bastarda de Aleramo
Dorea (Aleramo III)
(Ramo dos Dorias da Bahia, Brasil)
3.5 Clemenza
Doria (~/Bahia 1591)
Foi
enviada pela Rainha Dona Catarina de Portugal (1507/1578) para o Brasil com
enxoval (no valor de 35 contos) e dote que consistiu no cargo de Contador-geral das Terras do Brasil
para que se casasse com algum membro da administração ultramarina (1554).
Clemenza Doria constituiu património em que se destacava residências em frente
ao mosteiro de São Bento em Salvador e terras em Itaparica. Casou duas vezes,
tendo descendência do 2º casamento que deu lugar ao Ramo dos Dorias da Bahia, Brasil.
Parece-me
de grande improbabilidade que Clemenza Doria tenha nascido em Génova, mais
precisamente em Oneglia, Riviera del Ponente, feudo ancestral do seu pai. Na Net continua a ser feita esta referência
em grande abundância. Clemenza Doria, filha natural de Aleramo Dorea (Aleramo III). Menos sentido faz apresentá-la
como filha de
Benedettina Cattaneo. Podem subsistir dúvidas onde terá nascido, mas a probabilidade de ser
portuguesa ao invés de italiana, como é usual apresentar, faz sentido. Não ter
ficado em Itália por motivos de o pai desejar incumbir a sua paternidade tem
menos peso que concluir que a sua existência está relacionada com as estadias
que Aleramo Dorea, como Banqueiro, realizou na Corte de Lisboa. Explica-se, também,
ter crescido fora do contacto familiar, recolhida e a ser educada no Recolhimento de Nossa Senhora da Ajuda
quando o seu pai era vivo.
Clemenza
Doria foi serviçal da Rainha Dona Catarina (Num alvará de 1559 é citada como “criada da rainha minha Senhora e Avó” e
filha natural de Aleramo Doria), tratamento que era dado a quem era educada no Recolhimento de Nossa Senhora da Ajuda, situado
em Lisboa. Instituição Régia na dependência direta da Rainha com funções
educativas de “moças nobres” órfãs de
pais que serviam a Coroa Portuguesa ou eram bastardas, legitimadas por
paternidades com algum estatuto social.
Em obra notável, datada de 1955, sobre o povoamento inicial do Brasil, é completamente revelador em que circunstâncias Clemenza Doria foi para Terras de Vera Cruz: “Em 51 o rei tomava duas importantes providências. Uma era mandar na armada comandada por António de Oliveira novos socorros, outros moradores casados, alguns forçados, e nove das órfãs nobres ou de origem honrada, do Mosteiro das Órfãs, que, sob a proteção da rainha, alguns religiosos e homens de negócio de Lisboa erigiram e sustentavam. Vinham essas mocinhas acompanhadas da preceptora Maria Dias e traziam cartas de recomendação ao corregedor-mor para as fazer casar com a decência possível, dando-lhes provimento em ofícios públicos em dote de casamento. Sabem-se os nomes de seis: Clemência Doria, Mecia Lobo de Mendonça, Joana Barbosa, Marta de Souza, Violante de Eça e Inês da Silva. Casaram todas com funcionários graduados, agricultores e comerciantes, tendo numerosos filhos”.
Fonte: THALES DE AZEVEDO (1955) Povoamento da cidade do Salvador, Companhia Editora Nacional, S. Paulo. Análise sustentada in Costa. Afonso, (1946) As orfãs da Rainha, Rev. Do Inst. Hist. e Gcoor. Brasil.0, vol. 190. 1946, pág. 105 ss.
Consulta possível Online (uso didático)
https://bdor.sibi.ufrj.br/bitstream/doc/54/2/281%20PDF%20-%20OCR%20-%20RED.pdf
(15.06.2020)
Casamentos
e descendência de Clemenza Doria
1º
00 (S. Salvador da Bahia 1555)
Sebastião Ferreira, Vereador, “moço de
câmara” do infante D. Fernando com foro de fidalguia, escrivão de uma das
armadas que aportaram em Salvador. Esteve na Metrópole em 1556 a relatar ao Rei
os conflitos entre o governador-geral D. Duarte da Costa e o bispo Sardinha.
Sobre o seu falecimento, nesse ano, já encontrei duas versões. Em naufrágio no
seu regresso de Lisboa em que pereceu o bispo D. Pero Fernandes Sardinha ou num
combate com índios caetés na região do Recôncavo baiano. Em todas as versões
surge como tendo morrido junto do Bispo.
2º
00 (S. Salvador da Bahia 1557)
Fernão Vaz da Costa (~1520/Bahia
~1567), filho do Dr. Cristóvão da Costa, autoridade maior judicial em Portugal,
mencionado como bisneto do navegador Soeiro da Costa (1390/1472). Com foro de
fidalguia. Comandante Naval, chegou ao Brasil em 1549 conduzindo o bergantim S.
Roque, que transportou à colónia o seu primeiro Governador-geral, Tomé de
Sousa, seu cunhado por ser irmão da sua mulher D. Maria da Costa.
Luísa Doria 00 Martim de Carvalho, radicados em Porto Seguro comandou uma
Bandeira em 1567, Senhor de um engenho de bois, foi nomeado Tesoureiro das
Rendas (15.11.1592) (c.g.) RAMOS VAZ COSTA; SÁ DORIA
Nicolau da Costa Doria (S. Salvador 1558/Lisboa 1592), assassinado.
Cristóvão da Costa Doria (S. Salvador, Brasil 1560) 00 D. Maria de Menezes,
filha de Jerônima Moniz Barreto de Menezes e de Mécia Lobo de Mendonça (filhas
com tratamento de Dona)
RAMO
MOREIRA DA COSTA DORIA
Antónia Doria de Menezes (salvador 1606/1648) 00 António Moreira de Gamboa
Martim Afonso
de Mendonça 00 Inês de Carvalho Pinheiro
Gonçalo Barbosa de Mendonça 00 D.
Antónia de Aragão Pereira (c.g.)
Catarina de Menezes 00 Agostinho
Subtil de Siqueira (c.g.)
Guiomar/Gironima (S. Salvador, Brasil 1561)
Clemência
Maria
Ana
Francisca de Sá (S. Salvador 1563/????) 00 Francisco de Abreu da Costa (natural
do Algarve 1560/????) filho de Diogo Mendes da Costa (presumivelmente irmão ou
filho de Soeiro Mendes da Costa e Beatriz de Ares)
RAMOS
VAZ DA COSTA e SÁ DORIA
Francisco Vaz da Costa 00 Clemência Doria filha de Clemência Doria e de Braz da
Silva Menezes. Comprou a Ilha dos Frades e em 1645 levantou a capela em honra
de N.S. do Loreto
Fernão Vaz da Costa 00 D. Inácia de Azevedo filha de Cristóvão Vieira Ravasco
irmã do Padre António Vieira (1608/1697). Escrivão dos Agravos e Apelações da
Relação da Bahia (1698)
Francisco de Abreu Costa 00 D. Ana de Menezes e Castro (c.g.)
Manuel de Sá Doria 00 D. Inês de Sequeira (c.g.)
Antónia de Sá Doria 00 João de Goes Pizarro (c.g.)
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