Daniel Barenboim. Um exemplo de tolerância e de respeito pelas diferenças.


Foi monumental o espectáculo realizado por Daniel Barenboim no passado dia 21 de Setembro no Coliseu de Lisboa. Não é todavia sobre as suas capacidades, internacionalmente reconhecidas como pianista e maestro, que ouso realizar qualquer comentário artístico até por não me considerar habilitado para tanto. O meu objectivo neste post é mostrar a sua contribuição para a edificação de uma sociedade global mais distendida, descomplexada e em pleno esforço para arrefecer os ânimos exaltados dos que vivem obcecados com o “choque das civilizações”. Trata-se de um belíssimo exemplo de alguém que aproveitando a sua posição privilegiada no campo profissional, soube retirar sinergias desse posicionamento para realizar uma edificante contribuição em torno do desmantelamento de alguns dos preconceitos e tabus mais marcantes das últimas décadas. Neste domínio é importante reter dois episódios.

Filho de emigrantes judeus russos nasceu em Buenos Aires, no ano de 1942, onde adquiriu a sua primeira nacionalidade argentina. No ano de 1952 a sua família estabelecesse em Israel, país onde alcança a sua segunda nacionalidade. Não residirá neste Estado muito tempo pois logo em 1954 fixa-se na Europa para desenvolver os seus estudos. Sem preconceitos sobre os compositores alemães recusou-se sempre a embarcar na dialéctica semita/anti-semita, comportamento que culminou com o escândalo de tocar Wagner em Israel no ano de 2001, após insultos e abandonos ostensivos da sala.
Na linha de contribuir para desfazer animosidades e barreiras, no seio da sociedade israelita e palestiniana, forma com Edward Said, árabe cristão e activista da causa palestiniana, nascido em Jerusalém e falecido em Nova Iorque (1935/2003), a West-Eastern Divan Orchestra com o objectivo de criar uma orquestra mista constituída por judeus e árabes.

Biografia fundamental:
http://www.danielbarenboim.com/biography.htm

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