Tempo de Veraneio



Aquele Lápis de Carvão / Album À Flor da Pele (2006)



Para um distanciamento do que se passa na decadente e insustentável III República, cativa da Troika, estar no Reino dos Algarves é um balsamo. Ir até à Andaluzia um exílio compensador.

Málaga tornou-se numa realidade obrigatória para os amantes da paisagem andaluza. No dia 25 de Março de 2011 foi inaugurado o Museu Carmen Thyssen Málaga, instalado no palácio Villalón/Mosquera. A paisagem da Andaluzia, retratada em tela, nunca teve um albergue tão nobre.


Parece que já não bastava ser uma cidade com múltiplos interesses, albergando primazias que não a inferiorizam junto de Granada, Sevilha e Córdova (a hierarquia é da minha responsabilidade). Continua fundamental o Museu Picasso Málaga instalado desde 2003 no palácio dos condes de Buenavista/ Mollina e promovido pela Fundación Museo Picasso Málaga. Legado Paul, Christine y Bernard Ruiz-Picasso. De grande conteúdo didáctico a exposição sobre elementos propagandísticos anarquistas e marxistas. O exagero grotesco da retórica republicana e anticlerical explica muito do desfecho da guerra civil. O que foi o Franquismo e a restauração da Monarquia.

Existe uma falha na paisagem andaluza que na vizinha algarvia é compensada. A quase ausência de figueiras. O Algarve vai despovoando-se delas. O surgimento de uma Associação Protectora da Figueira Comum/Mansa (Ficus carica), uma Confraria do Figo parece-me das iniciativas mais prementes a implementar.
Por esta razão, assume particular relevância comunicativa, ouvir uma das melhores interpretações da fadista Joana Amendoeira enquadrada, visualmente, por uma figueira.






Música Sopra o Vento do Álbum À Flor da Pele (2006)
Poema de Fernando Pessoa (1888/1935)